terça-feira, 24 de setembro de 2013

População de Niterói sente os efeitos da greve dos bancários

Por: Paula Valviesse 

Com os bancários de braços cruzados desde a última quarta-feira, moradores do município têm dificuldades para pagar contas e quitar dívidas nos bancos 















Sem previsão para o fim da greve dos bancários, definida após assembleia realizada na última quarta-feira, a população sente o reflexo da falta de atendimento dos bancos. Quem precisa pagar boletos com valores acima de R$ 700, efetuar saque sem cartão, regularizar a situação financeira, e até mesmo receber benefícios como o bolsa família, não consegue, já que as casas lotéricas e caixas eletrônicos não dão cobertura a essas situações.
Ontem, no Centro de Niterói, muitas pessoas tentavam, em vão, o atendimento em agências bancárias. Apesar da maioria das pessoas concordar com as reivindicações, o que causa indignação é que o cidadão comum é o mais afetado, já que é ele quem arca com juros e multas por falta de pagamento, como é o caso do soldador Fábio Ramos, que está com um boleto para pagar e caso não efetue a quitação do débito pode perder um acordo feito com o banco e o dinheiro já investido nessa regularização.
“Eu estou com um boleto, mas a lotérica não recebe por causa do valor. Perdi o dia de trabalho tentando acertar essa situação e minha última chance é conseguir fazer um depósito e pagar no caixa eletrônico. Se não conseguir, eu perco o acordo e o dinheiro que já paguei, é complicado”, explica Fábio.
Com a filha pequena no colo, Renilda Cunha da Silva foi até a agência para tentar receber o dinheiro do Programa Bolsa Família. 
“Eu vim sacar o Bolsa Família, mas não está depositado e pediram que eu comparecesse à agência, mas com a greve não vou conseguir resolver isso. Agora as contas do mês vão atrasando”.
O funcionário público, Ronaldo Magalhães, sabendo da greve já está tentando antecipar o pagamento de um boleto da Receita Federal. Mas, para a sua surpresa, as casas lotéricas não recebem esse tipo de conta, somente os bancos. 
“O boleto ainda não venceu, mas já estou procurando uma forma de pagar porque a gente não sabe até quando vai essa greve. Na loteria não recebe, agora é procurar outra solução, porque se passar o dia do pagamento como eu fico?”, questionou Ronaldo.
De acordo com a diretoria de Imprensa do Sindicato dos Bancários de Niterói, não houve nova proposta sobre as reivindicações da categoria, então não há previsão para que os bancários retornem ao expediente. No município, houve total adesão à paralisação. As pautas gerais da categoria incluem entre outras coisas: a categoria reivindica reajuste de 11,93% (5% de aumento real além da inflação); Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 5.553,15; piso salarial de R$ 2.860,21; melhores condições de trabalho e Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários, entre outras.
Sem previsão – Diante de nenhuma proposta apresentada pelos bancos, os bancários mantiveram a greve ontem. As cerca de 240 agências espalhadas pelos 16 municípios das Regiões Leste e dos Lagos do Estado permaneceram sem atendimento ao público.
A Fenaban propôs, além do reajuste rebaixado de 6,1% (inflação do período pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc.), PLR de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado) e parcela adicional da PLR de 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.

Fonte: O FLUMINENSE

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